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O custo oculto das energias renováveis: Pessoas Em Condição Análoga À De Escravo na cadeia de fornecimento de Etanol

Trabalho decente
Transição justa
Energias renováveis não são energias completamente limpas. Empresas da cadeia de fornecimento de biocombustíveis estão na “lista suja” que utilizam trabalho escravo ou condições análogas à escravidão
Data de Publicação

29 de janeiro de 2025

Data de Modificação

29 de janeiro de 2025

Escravizado do Etanol

O etanol é amplamente reconhecido como uma solução importante para reduzir as emissões de gases de efeito estufa no setor de transporte e combater as mudanças climáticas. Como segundo maior produtor de etanol, o Brasil desempenha um papel significativo na indústria global de biocombustíveis. Entretanto, apesar de seus benefícios ambientais, a produção de etanol levanta sérias preocupações em relação aos direitos trabalhistas, saúde ocupacional e justiça social. O relatório recente Escravizado do Etanol by Reportér Brasil highlights the exploitation and unsafe working conditions faced by sugarcane workers.

“Trabalhadores mortos em queimadas, obrigados a dormir no chão, forçados a trabalhar por conta de dívidas ilegais impostas pelo empregador e até mesmo atingidos por agrotóxicos lançados de aviões estão entre as situações reportadas em canaviais ligados às suas operações.”

Muitos trabalhadores são submetidos à servidão por dívidas e salários imprevisíveis devido a deduções injustas, pagando suas próprias viagens, acomodações e alimentação. Além disso, horários de trabalho extremos e a falta de contratos formais negam aos trabalhadores o acesso a benefícios essenciais da previdência social. Alguns trabalhadores relatam dormir apenas quatro horas por noite, pois longos deslocamentos e turnos exaustivos impossibilitam um descanso adequado. Além disso, os trabalhadores da cana-de-açúcar são frequentemente expostos a pesticidas perigosos, sofrem esforços físicos intensos e correm altos riscos de doenças relacionadas ao calor.

“Durante resgate ocorrido em fazendas de cinco municípios de Goiás e Minas Gerais, trabalhadores relataram aos fiscais que foram atingidos por agrotóxicos. Na foto, tirada pelo celular de um deles, é possível ver o avião que supostamente realizou a pulverização”

Fonte: Escravizado do Etanol. Trabalhadores relataram aos inspetores que foram pulverizados com pesticidas

Enfrentar esses desafios exige uma aplicação mais rigorosa das leis trabalhistas, maior responsabilização corporativa e melhor supervisão nas cadeias de suprimentos. Uma transição justa na indústria do etanol deve priorizar não apenas a sustentabilidade ambiental, mas também a proteção dos direitos e do bem-estar dos trabalhadores. Governos, empresas e instituições financeiras devem tomar medidas decisivas para eliminar a escravidão moderna, garantir salários justos e fornecer condições de trabalho seguras. O etanol pode ser uma alternativa de combustível mais limpa, mas não deve ser feito à custa de vidas humanas, dignidade e direitos trabalhistas fundamentais.

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